Pesquisas realizadas por organismos de saúde evidenciam que grande parte da população não cultiva o hábito de lavar as mãos depois de ir ao banheiro e antes das refeições, por exemplo. No entanto, no Dia Mundial de Lavar as Mãos, que foi instituído neste 15 de outubro, o biomédico Roberto Figueiredo, o “Dr. Bactéria”, ressalta que o simples hábito reduz em 98% as contaminações por bactérias.
De acordo com ele, além de evitar doenças, lavar as mãos reduz em até 85% o índice de infecções dentro dos serviços de saúde. “O próprio Unicef [Fundo das Nações Unidas para a Infância] afirma que cerca de 1 milhão de crianças entre 0 e 5 anos morrem por ano vítimas de doenças provocadas em decorrência da ausência da lavagem das mãos”, informou.
Por isso, o especialista afirma que “todos deveriam cultivar o hábito de lavar as mãos entre oito e 25 vezes ao dia”. No entanto, ele recomenda que a higienização das mãos deva ser feita com “água e sabão, deixando o álcool em gel para momentos de extrema necessidade, quando não se tenha água potável em disponibilidade”.
Gripe A – Segundo o especialista, um dos exemplos de higienização das mãos e que pode reduzir a incidência de doenças é a prevenção da gripe A. Isso porque o vírus H1N1 se prolifera por meio do contato pessoa a pessoa e as mãos representam um foco de disseminação da doença.
“Não devemos ficar neuróticos, mas permanecer vigilantes com o hábito de lavar as mãos de forma frequente é importante. Uma prática que deve acompanhar todos nós, diariamente, principalmente os profissionais de saúde”, orientou.
“Não devemos ficar neuróticos, mas permanecer vigilantes com o hábito de lavar as mãos de forma frequente é importante. Uma prática que deve acompanhar todos nós, diariamente, principalmente os profissionais de saúde”, orientou.
Em 1846, Ignaz Semmelweis, médico húnguro, reportou a redução no número de mortes maternas por infecção puerperal após a implantação da prática de higienização das mãos em um hospital em Viena. Desde então, esse procedimento tem sido recomendado como medida primária no controle da disseminação de agentes infecciosos.
A legislação brasileira, por meio da Portaria n. 2.616 de 12 de maio de 1998 e da RDC n. 50 de 21 de fevereiro de 2002, estabelece, respectivamente, ações mínimas a serem desenvolvidas com vistas à redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses instrumentos normativos reforçam o papel da higienização das mãos como ação mais importante na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde. Entretanto, apesar das diversas evidências científicas e das disposições legais, nota-se que grande parte dos profissionais de saúde ainda não segue a recomendações de Ignaz Semmelweis em suas práticas diárias.
por Agência Alagoas